A “união” entre os dois ecossistemas é possível graças ao Windows Subsystem for Linux (WSL) que, em sua primeira versão, traduz chamadas de sistema para Linux em chamadas equivalentes para execução pelo kernel do Windows.
Porém, o WSL original é muito limitado. Em função disso, a Microsoft desenvolveu o Windows Subsystem for Linux 2 (WSL 2) com uma abordagem diferente: em vez de simplesmente traduzir chamadas, a novidade traz um kernel Linux verdadeiro dentro de uma máquina virtual.
Foi uma mudança da água para o vinho. Liberado com a atualização de maio para o Windows 10, o WSL 2 é baseado nas tecnologias da arquitetura de virtualização Hyper-V, o que implica em alta integração com a plataforma da Microsoft e desempenho otimizado. Até suporte a aceleração por GPU o WSL 2 traz, o que pode ser útil para aplicações de IA, por exemplo.
Mas, aqui, o que mais nos interessa é a execução de aplicações com interface gráfica baseadas no Linux. O Kali Linux chegou esta semana à versão 2020.3. Esta tem entre seus atrativos um pacote chamado Win-Kex (Windows + Kali Desktop EXperience) que permite a execução da distribuição com o ambiente de desktop Xfce no WSL 2.
Para ter acesso ao Kali Linux no Windows 10 é preciso executar algumas linhas de comando para instalar a distribuição e, antes disso, providenciar o Windows Subsystem for Linux 2, caso ele ainda não esteja instalado (é necessário ter o Windows 10 versão 2004 — a atualização de maio em si — ou superior para isso).
Depois, é só usufruir. O Kali Linux no Windows 10 pode ser útil para testes de aplicativos ou desenvolvimento de serviços web, por exemplo. Essa distribuição não costuma ser recomendada para usuários iniciantes, mas é claro que o Win-Kex também pode ser usado para quem quer experimentar o Linux.
As instruções para instalação estão no site do Kali Linux. A distribuição já pode ser baixada na Microsoft Store.
Com informações: Bleeping Computer.